Saúde mental x ambiente de trabalho: um problema subnotificado

“Durante nossa vida adulta, uma ampla proporção do nosso tempo é gasta no trabalho. Nossa experiência no local de trabalho é um dos fatores que determinam nosso bem-estar geral” (OMS). Na medida em que os mercados se tornam mais complexos, competitivos e dinâmicos, novos e maiores desafios são impostos às organizações. Com isso, aumenta-se a exigência de altos níveis de desempenho o que pode acarretar em sofrimento mental.

Baseado nestas mudanças, a saúde mental (especialmente no ambiente de trabalho) tem sido um tema de crescentes discussões. Sobre esta, tem-se alguns dados como:

– Os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de perdas de dias de trabalho no mundo. Os casos leves causam em média perda de quatro dias de trabalho/ano e os graves cerca de 200 dias de trabalho/ano.
– Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem ao redor do mundo com a depressão, sendo esta a principal causa de incapacidade laboral. Mais de 260 milhões vivem com transtornos de ansiedade. Muitas dessas pessoas vivem com ambos os transtornos.
– Uma pesquisa realizada pela OMS estimou que os transtornos depressivos e de ansiedade custam 1 trilhão de dólares à economia global a cada ano em perda de produtividade.
– Segundo a Organização Mundial de Saúde, os transtornos mentais comuns acometem 30% dos trabalhadores ocupados e serão a principal causa de incapacidade até 2020. Além disso, são a terceira causa de benefício previdenciário auxílio-doença no Brasil.

Os transtornos mentais são muito custosos para a sociedade em geral. Em países europeus, por exemplo, esses custos ultrapassam 3% a 4% do PIB. A maior parte dos gastos relacionados aos transtornos mentais são os indiretos. Estes correspondem às mortes prematuras, à perda de produtividade no trabalho, à menor escolaridade e ao uso de benefícios sociais como moradia e despesas judiciais. A maior parcela dos gastos indiretos se concentra no setor laboral, pelo absenteísmo, presenteísmo afastamento e aposentadoria precoce.

Um estudo britânico demonstrou que os custos indiretos por absenteísmo pela depressão eram 23 vezes maiores do que os diretos com assistência e tratamento. Outro estudo norte-americano mostrou que os custos com o absenteísmo, presenteísmo e desemprego causados pela depressão correspondiam a 62% do total.

O ser humano dedica grande parte de seu tempo trabalhando ou exercendo funções ligadas ao seu trabalho, o que requer muito esforço, atenção, energia de sua parte. Frustrações, angústias, decepções fazem parte desse processo. Tais sentimentos gerados por fatores como:

(a) a falta de trabalho ou a ameaça de perda de emprego;
(b) o trabalho desprovido de significação, sem suporte social, não reconhecido;
(c) situações de fracassos, acidente de trabalho ou mudança na posição hierárquica;
(d) ambientes que impossibilitam a comunicação espontânea, manifestação de insatisfações e sugestões dos trabalhadores em relação à organização;
(e) fatores relacionados ao tempo, o ritmo e o turno de trabalho;
(f) jornadas longas de trabalho, ritmos intensos ou monótonos, submissão do trabalhador ao ritmo das máquinas;
(g) pressão por produtividade;
(h) níveis altos de concentração somada com o nível de pressão exercido pela organização do trabalho e;
(i) a vivência de acidentes de trabalho traumáticos.

Tais aflições podem ser amenizadas quando ao final de todo esforço e dedicação se tem o reconhecimento que faz a trabalhadora e o trabalhador concluirem que todo seu trabalho valeu a pena.

Fonte: https://pebmed.com.br/saude-mental-x-ambiente-de-trabalho-um-problema-subnotificado/

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