Ergonomia no Sistema de Produção.

Nos últimos anos, o papel da ergonomia tem ganhado destaque significativo no ambiente empresarial, especialmente no contexto do sistema de produção. Esse crescente reconhecimento ocorreu principalmente a partir dos anos 2000, quando houve um avanço notável nos sistemas de produção, com um foco renovado na eficiência e produtividade. As empresas deixaram de enxergar a ergonomia como um luxo dispensável e passaram a incorporá-la integralmente nos processos humanos e operacionais. Essa mudança de perspectiva resultou em uma abordagem de ergonomia mais inclusiva e participativa, visando compreender o sistema para transformá-lo em prol do bem-estar humano e da eficácia operacional.

O sistema de produção, por definição, é um conjunto complexo de elementos que inclui pessoas, máquinas e processos interligados, todos responsáveis por produzir um determinado produto ou serviço. Esses elementos operam em conjunto para alcançar um objetivo final, que é a produção efetiva. A compreensão desse sistema é crucial para estabelecer relações entre a ergonomia e o processo produtivo.

De acordo com autores como Chiavenato (1983) e Ballestero-Alvarez (1990), um sistema pode ser entendido como um conjunto de partes interativas e interdependentes, dinamicamente inter-relacionadas para formar um todo unificado, visando atingir objetivos específicos. No entanto, a realidade da estabilidade no trabalho, muitas vezes idealizada a partir da concepção de um "operário médio" proposto por Taylor, não corresponde à dinâmica do cotidiano. A variabilidade do processo padronizado cria diferenças entre o previsto e o realizado, entre o desejável e o real, destacando a necessidade de adaptação e flexibilidade.

Cada empresa adota um sistema de produção específico para organizar suas operações e garantir a eficiência na produção de bens ou serviços. Esse sistema organiza os órgãos da empresa e as etapas da produção, estabelecendo uma interdependência lógica desde a saída de materiais do almoxarifado até o produto final no depósito. A busca pela prática produtiva mais eficiente é constante, visando transformar entradas em saídas que agreguem valor ao produto final, atendendo às expectativas do cliente.

A administração da produção e das operações desempenha um papel fundamental nesse contexto, buscando eficiência na utilização de recursos empresariais e eficácia na consecução dos objetivos organizacionais. A Ergonomia, como disciplina científica, entra em cena para otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. O profissional técnico responsável pela ergonomia deve analisar diversos aspectos dentro do processo, destacando alguns pontos-chave.

A movimentação dos trabalhadores muitas vezes reflete a falta de métodos padronizados ou treinamento ineficaz, levando a movimentos excessivos e desnecessários que impactam no ritmo do processo. O transporte de materiais pode ser negligenciado quanto ao peso, resultando em consequências diretas para a saúde do trabalhador. O excesso de produção, impulsionado por práticas como o Benchmarking, pode comprometer a saúde física e mental dos trabalhadores.

Os riscos ergonômicos, sejam biomecânicos, psicossociais ou cognitivos, devem ser o foco principal do gestor, que busca garantir uma produção eficiente e eficaz. Identificar problemas ergonômicos é apenas o primeiro passo; é necessário adotar ações preventivas robustas, olhando não apenas para os sintomas, mas também para as causas fundamentais.

Com frequência, ações pontuais são implementadas para corrigir problemas ergonômicos, como ajustes nas dimensões de bancadas ou programas de ginástica laboral. No entanto, uma abordagem mais holística é essencial, considerando não apenas máquinas e equipamentos, mas também o recurso humano como agente principal para a produtividade. Os conceitos da Ergonomia se tornam, assim, uma metodologia adicional no planejamento e execução das atividades produtivas, criando condições mais apropriadas e resultados superiores na interação entre o homem e o trabalho.

A Ergonomia, quando incorporada de forma preventiva em conjunto com a engenharia de processo, proporciona vantagens competitivas e econômicas para as organizações, garantindo um ambiente de trabalho seguro e produtivo. Em um cenário onde a melhoria contínua é essencial, como preconizado pelos princípios Lean, a Ergonomia emerge como uma aliada fundamental na busca incessante por aprimoramentos nos processos, contribuindo para a eficiência, eficácia e, sobretudo, para o bem-estar dos colaboradores. Conforme afirmou Ohno, um dos criadores da filosofia Lean, o gestor nunca deve parar de aperfeiçoar seu estilo de gestão e polir sua "espada" - o produto ou processo. Nesse contexto, a Ergonomia desempenha um papel vital na garantia de que essa "espada" seja afiada de maneira segura e sustentável.

Logo ErgoCorp

Rua Mato Grosso, 1606. Vila Xavier. Araraquara - SP

PABX Corporativo: (16) 3322-5183

comercial1@ergocorp.com.br